The Gift no CCB: Calor alcobacense
«Fácil de Entender» foi o mote para a estreia em nome próprio dos The Gift no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, em Lisboa. Em noite gelada, valeu aos presentes o calor transmitido pelas canções dos quatro de Alcobaça, que parecem prolongar em palco toda a boa forma patenteada na recente edição.
Em 1997, apresentaram o EP «Digital Atmosphere» no Pequeno Auditório. Dois anos volvidos, fizeram a primeira parte dos The Divine Comedy já no Grande Auditório. Somente em 2006 os The Gift têm a honra de tocar em nome próprio naquele que é, segundo o que disse Nuno Gonçalves (compositor, teclista, guitarrista e tudo o mais) a determinada altura do concerto de ontem, «o melhor palco de Portugal».
A sala, sabia-se de antemão, encontrava-se lotada há algum tempo, factor que levou à marcação de um segundo concerto a ter lugar na noite de hoje. O conceito era o já devidamente explanado em «Fácil de Entender», CD e DVD ao vivo recentemente editado: em duas partes distintas, os The Gift repartiram parte do seu repertório em momentos mais intimistas num lado e num segmento mais festivo do outro. Com respectivos cenários, convidados especiais e novos arranjos.
O arranque deu-se ao som de «La Folie», instrumental presente em «Film», o mais ambicioso e megalómano (elogio!) disco dos The Gift. Surgidos da plateia, a banda arranca depois para «Music» e, no imediato, «Nice and Sweet», uma das novas composições presentes no recente lançamento. No lado «AM» escutaram-se ainda faixas como «Wallpaper» ou «Actress» (esta não presente em «Fácil de Entender»), ficando reservados para a segunda metade do espectáculo os grandes temas pop dos The Gift. Com efeito, só em momentos como «Question of Love» ou «11.33» o público ousou levantar-se das cadeiras e abanar ancas ao som das composições dos alcobacenses.
Em encore, as maiores surpresas. Primeiro, nova passagem por «Índios», original dos brasileiros Legião Urbana. Em seguida, repescagem de «Absolute Beginners» (original de David Bowie), versão não apresentada ao vivo pelos The Gift há diversos anos. Em recta final de mais uma digressão, torna-se complicado prever o passo seguinte dos The Gift. O futuro imediato parece então, está bem de ver, difícil de antever. O presente, esse, é como diz o registo, Fácil de Entender: os The Gift estão em muito boa forma e recomendam-se.
Pedro Figueiredo
in www.diariodigital.com - 10-12-2006
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