"EM ESPANHA É MAIS FÁCIL PROMOVER A BANDA”
É um dos grupos mais mediáticos do país. Alcobaça é a sua casa e, apesar de querer outros voos, não pretende arrancar as raízes que a ligam às terras de Cister. Sónia Tavares dá voz pelos The Gift numa entrevista a’O Portomosense. Afirma o desejo de internacionalização e vê a Espanha como um bom alvo para o início de grandes projectos lá fora.
Portomosense: Os The Gift alcançaram o sucesso nacional, no entanto continuam muito ligados a Alcobaça. Esta ligação reflecte-se na música?
Sónia Tavares: Eu acho que se não fossemos de Alcobaça, muito possivelmente, a nossa música não soaria assim. Nascemos numa cidade pequena, em que as actividades culturais e os concertos não eram assim tantos. Por esta cidade ser como é envolvemo-nos muito no que fazemos.
P: O vosso grupo possui uma editora própria. Quais as vantagens?
ST: A maior vantagem é fazer aquilo que realmente queremos e sem estar a olhar a meios.
Algumas editoras que fazem a gestão da carreira de vários artistas, por vezes, acabam por descuidar aqueles que já não estão nos tops. No nosso caso temos a vantagem de poder trabalhar 24 horas por dia na promoção do nosso trabalho e carreira
P: Depois do sucesso em Portugal, querem agora apostar no mercado espanhol?
ST: Sim, há já algum tempo que damos concertos em Espanha e agora, com o apoio de uma editora como a EMI e a imprensa espanhola com boas críticas sobre nós, creio que é meio caminho andado para chegar ao público. Fizemos alguns concertos de apresentação do “Fácil de Entender”, em Madrid e Barcelona, e as salas estiveram cheias. Ainda este mês arrancamos com uma digressão.
P: Estão confiantes num mercado difícil como é o espanhol?
ST: Apesar da música espanhola e tradicional ser eleita para passar em maior percentagem nas rádios acho que as pessoas não são preconceituosas em relação ao que vem de fora. O público é atento e conhecedor das tendências musicais que se fazem no mundo inteiro e temos que saber aproveitar isso.
P: Foi essa receptividade que vos fez apostar em Espanha?
ST: Público receptivo há em todo o lado, mas como Espanha está já aqui ao lado e é um mercado muito maior, é natural que a nossa estratégia de divulgação do grupo passe por lá.
P: O que pensam os The Gift da pirataria informática ?
ST: Os The Gift consideram a pirataria um crime. Penso que não devemos ver a Internet como uma inimiga, mas sim como um meio de divulgação. Se, de facto, há pessoas que fazem “download“ das nossas músicas, esperamos que tenham bom senso para depois nos compensarem com a compra de t-shirts e idas aos concertos. A forma como os The Gift fazem discos já foi pensada para que as pessoas vejam neles um trabalho que queiram ter em casa. Gostamos de fazer CD’s com imagens inéditas e que pareçam obras de arte. Eu, se aprecio uma banda, gosto de ter os seus CD’s em casa e dou valor a quem teve aquele trabalho criativo por nós.
Luísa Patrício in O Portomosense - 18-Out-2007
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