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11.14.2006

The Gift :: Imprensa

Cine-Teatro de Alcobaça
Fácil de entender porque The Gift é a melhor banda pop portuguesa


The Gift apresentaram-se no dia 12 de Novembro, no Cine-Teatro de Alcobaça, no 2º aniversário da reabertura da histórica sala de espectáculos. De cada vez que a banda de Alcobaça regressa a casa, a expectativa é maior. Desta vez não foi excepção, com a sala esgotadíssima, a que Sónia Tavares, Nuno Gonçalves, John Gonçalves e Miguel Ribeiro corresponderam com o melhor concerto de sempre na sua terra natal. The Gift, que viram o seu álbum “Fácil de Entender” entrar directamente para o 2º lugar do top nacional de música, terminam a primeira parte desta digressão no dia 9 de Dezembro, com um concerto de estreia no Centro Cultural de Belém.

Foi um concerto de consagração, o primeiro depois de receberem o Prémio MTV para a melhor banda portuguesa de 2005. Os Gift interpretaram canções novas, como “Nice and Sweet”, “6-4-5” (com Mário Barreiros a brilhar na bateria) ou “Fácil de Entender”, do álbum com o mesmo nome, mas também clássicos como “Ok! Do you want something simple?”, “Clown” ou Front of”.

A primeira parte do concerto decorreu numa atmosfera mais calma, com a particula- ridade de Nuno Gonçalves assumir o papel de vocalista em duas canções: “Song for a Blue Heart” do álbum “Film” e uma pequena cover de “Love Song”, dos Cure, grupo com os quais os Gift têm uma ligação sentimental especial.

A segunda parte foi assumidamente mais electrónica, com canções mais dançáveis com os grandes êxitos do grupo apresentados em tom de festa. “Don’t Look Back” foi a primeira das canções a fazer levantar o público e o concerto seguiu em crescendo até final. O encore mostrou uma Sónia Tavares com sotaque brasileiro a cantar uma versão do tema “Índios”, dos Legião Urbana”, terminando novamente com o tema “Fácil de Entender”.

No final, Nuno Gonçalves referiu ao Tinta Fresca que a oportunidade deste concerto surgiu a propósito do aniversário do Cine-Teatro de Alcobaça, mas não permitiu uma segunda data, uma vez que na véspera a companhia CeDeCe estreava Flash Back e, no dia seguinte, estava agendado o documentário “Diários da Bósnia”, de Joaquim Sapinho. De qualquer forma, o músico deixou em aberto a hipótese de regressarem ao Cine-Teatro de Alcobaça no próximo ano para um concerto duplo ou mesmo triplo.

Nuno Gonçalves mostrou-se muito satisfeito com a receptividade de “Fácil de Entender” junto do público: “É um disco com uma produção muito elevada, com um elevado grau de qualidade, quanto a nós. A resposta do público até à data tem sido óptima, na primeira semana com entrada directa no segundo lugar no top, foi a melhor de sempre.”

Sónia Tavares, os irmãos Nuno e John Gonçalves e Miguel Ribeiro chegaram ao topo da pop nacional com menos de 30 anos, mas Nuno Gonçalves lembra os anos de estrada que já contam no currículo: “A banda já tem 12 anos e felizmente, após três discos conseguimos chegar ao auge, mas queremos continuar a ser fiéis à nossa música e às nossas ideias. A nossa ascensão pode parecer muito rápida, 12 anos não é assim tanto tempo de uma carreira artística, mas já são quatro discos, muitas canções, muitas digressões e muitos concertos lá fora também, felizmente.”

O êxito dos Gift passa também por estarem atentos às tendências da música internacional, mas Nuno Gonçalves ressalva que não se consideram “uma esponja” daquilo que se passa lá fora. “Temos uma identidade muito própria e trabalhamos muito essa identidade. Sem dúvida alguma que ouvimos muita música, gostamos de descobrir, mas depois gostamos muito de compor e de ser fiéis às nossas ideias. O nosso trabalho acaba por se basear num conjunto de ideais que depois convergem naquilo que são os The Gift hoje em dia”, explica.

A profusão de instrumentos em palco é também uma marca dos Gift, reconhecida por Nuno Gonçalves: “O concerto tem várias tonalidades e vários tipos de instrumentos. O objectivo primário desta digressão era partindo do som tradicional dos The Gift, mais electrónico, transpô-lo para mais acústico, numa primeira parte e numa segunda parte ainda mais electrónico, se possível. É esse o grande objectivo desta digressão, daí se calhar esta polivalência. A entrada do Mário Barreiros para a dança elevou-nos muito a responsabilidade enquanto músicos e isso é notável, quanto a mim, em termos de palco. Depois, se nos estimulamos mais a tocar coisas diferentes, porque não fazê-lo?”

Se Nuno Gonçalves se destacou como vocalista de duas das canções, Sónia Tavares estreou-se como instrumentista, tocando xilofone e um pianinho de brincar, introduzindo uma sonoridade inesperada: “Fomos a uma loja de brinquedos no Algarve, achámos interessante aquele som, e acaba por ser uma experiência. È um som em que, se por momentos fechamos os olhos, parece que estamos num quarto com uma criança a brincar”, explica o teclista da banda.

O músico espera lotações esgotadas até final da primeira parte desta digressão nacional, como já sucedeu em Sintra e irá acontecer em Faro. A digressão 2006 irá terminar no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, que Nuno Gonçalves considera “uma sala de sonho”. “Fácil de Entender” é o quarto álbum da banda, depois de "Vynil" (1998), "Film" (2001) e "AM/FM" (2004).

Mário Lopes
in www.tintafresca.net

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